No dia seguinte...
T - Nossa, Zac, já está acordado? Tá
disposto pra aula hoje, hein... isso tem nome : MULHER BONITA NA SALA.
Z - Taylor. Não seja besta. Num tem
mulher nenhuma. Tô realmente com vontade de levar esse curso a sério.
Fotografia é uma paixão, e agora que eu tenho a oportunidade de fazer algo que
eu realmente quero, me dedicarei ao máximo! Maaaas, já que você falou de
mulher, tem uma me...
T - HAHAHA, SABIA! Vai, fala, zé! Quem é
a escolhida?
Z - VELHO, como você viaja, Taylor!
Pelamor! Como eu ia dizendo, tem uma menina na minha sala que tá fazendo dupla
comigo, ela é brasileira, e ela tem uma amiga que é paradinha na sua!
T - E de onde ela me conhece? - Taylor
olhou pra ele com aquele olhar que já o denunciava : o loiro estava tendo
dificuldade de botar os neurônios pra funcionar.
Z - Dãr, meio óbvio não? Te conhece de
SAVE ME!
T - Ah tá, então a menina é nossa fã?
Z - Fããã fã, num é. Ela apenas conhece
SAVE ME, e acha você bonito. Aposto que ela não sabe mais nada de tão profundo
além disso, e nem por toda a merda pela qual passamos.
T - Mas... e ela... é bonita?
Z - HAHAHA, agora é minha vez: SABIA!
Tava demorando pra você me fazer essa pergunta. Sim, a Cecília é uma garota
super bonita... ela faz bem teu tipo, sabe...
T - Cecília... sempre gostei desse
nome... acho que gostaria de conhecê-la.
Z - Acha? Eu tenho CERTEZA! HAHAHA, pode
deixar, eu vou arranjar pra você conhecê-la. Ela é meio doidinha, e gosta de
falar pelos cotovelos... é Taylor, definitivamente, a Cecília é seu número!
T - Meu número... ? O que isso quer
dizer?
Zac revirou os olhos.
Z - Nada Taylor, nada... a Cecília
combina com você. Bom, deixa eu ir, senão me atraso. Mais tarde tou de volta,
pra gente ir pro estúdio.
Taylor ficou na cozinha, tentando
imaginar como era a Cecília. Que tamanho ela tinha, do que gostava de comer, o
que fazia nas horas vagas... o mais engraçado era que, quando Taylor pensava no
nome dela, a língua parecia adormecer. “Cecília” - ele experimentou falar em
voz alta. O som do nome dela era agradável a seus ouvidos. Foi o suficiente pra
deixá-lo ainda mais curioso.
E então pensou em Rachel, sua (ex?)
namorada que tinha ficado em Tulsa. Ela não tinha o procurado desde o dia em
que ele a comunicou de que iria precisar se mudar pra Seattle
temporariamente. Ele também não tinha mais a procurado. No começo pensou que
talvez ela só precisasse de uns dias pra digerir tudo e ela iria ligar pra ele.
Agora, passados quase dois meses, ele viu que isso não iria acontecer. De
repente, sentiu uma vontade de ir até a faculdade de Zac. “Calmaê, Taylor! Se
segura no foguete, rapaiz! Num pode ouvir falar de mulher que fica todo
animado! Zac tem razão : eu preciso mudar isso, viu...” - Taylor riu sozinho.
Tomou seu café, foi tomar um banho, e decidiu ir passear lá pelos outros lados
do Lake Washington. Chamou um táxi e foi até o aeroporto, onde alugou um carro
(já que o carro que tinham alugado ficava com Zac pelas manhãs) e voltou para
Seattle. Atravessou o Lake Washington de ferry boat, e chegou em Bainbridge
Island. A paisagem era realmente magnífica e Taylor, embora não fosse
profissional como Zac, pegou sua câmera e ia fotografando tudo o que achava
interessante. Se encantou tanto com as paisagens que viu, e se empolgou tanto
que foi parar em La Push, uma prainha que dava de cara no Oceano Pacífico, e
ficava a aproximadamente três horas de Seattle. Na volta, foi ainda mais
a norte, passando por Port Angeles, onde descobriu que se podia pegar
outro ferry boat e ir para o Canadá. Desceu, e pegou o ferry de volta pra
Seattle em Edmonds. Chegou em casa já eram 7 horas da noite, e Zac e Isaac o
esperavam, aflitos.
Z - Taylor! Por onde você andou? Já
estávamos ligando pra polícia!
I - Estávamos vírgula, o Zac estava ligando! Eu num ia ligar pra ninguém! Ainda mais se tivesse que ligar pro pai e pra mãe em Tulsa, dando a notícia ruim.
I - Estávamos vírgula, o Zac estava ligando! Eu num ia ligar pra ninguém! Ainda mais se tivesse que ligar pro pai e pra mãe em Tulsa, dando a notícia ruim.
T - Mané notícia ruim, Ike! Que papo é
esse? Nossa, sério mesmo que vocês já estavam considerando a hipótese de eu
estar morto?
I - Ué, nunca se sabe. A gente não
conhece Seattle. Tulsa é uma roça, aí a gente vem pra cidade grande. Eu num sei
andar por aqui, imaginei que você também não soubesse. Mas acho que me enganei.
Por onde você andou, afinal?
T - Certamente você estava com razão, mas
também um pouco enganado, Ike. Eu realmente não sei andar em Seattle, mas quem
tem GPS tem tudo na vida, então eu fui indo, indo, indo... conheci todo o lado
de lá do Lake Washington e ZAC, man, você tinha razão, não haveria lugar melhor
para você fazer este curso. Tirei algumas fotos pra você ver. - Taylor pegou
sua câmera e começou a mostrar para Zac, que foi ficando cada vez mais
empolgado. Isaac apenas olhava os irmãos.
Resolveu ir para seu quarto, onde poderia
botar as ideias no lugar. O fato é que ele estava se sentindo um inútil ali,
sem nada para fazer. Sim, os planos deles eram de ir trabalhando de Seattle
mesmo, mas Zac estava dando tanta atenção ao curso, e Taylor agora parecia que
estava embarcando na onda dele, e eles estavam em estúdio cada vez menos tempo.
E na verdade total das coisas, ele estava se sentindo meio sozinho.
Zac e Taylor o chamaram para ir jantar,
mas ele não quis, preferiu ficar em casa. Preparou um sanduíche, comeu e foi
dormir, com toda a solidão na cabeça... e no coração.
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