25 de nov. de 2013

Capítulo 10

Algumas semanas se passaram e Zac e Laura estavam mesmo se dando bem, nos estudos e em tudo o mais... atualmente se dedicavam a estudar as luzes, como utiliza-las e fazê-las servirem a seu favor na hora de fotografar, receberam um novo trabalho para fazerem juntos, mas esse os levaria a colocar a mão na massa.

A ideia era conseguirem fazer um photo shoot com luzes artificiais, ou seja, em ambiente fechado para apresentarem em aula e começarem a montar seus portifólios.

Laura não conseguia imaginar o que fotografar e pensou em pedir a Cecília que deixassem fotografa-la dançando, já podia até ver as fotos em sua mente, então Zac disse primeiro:

-Tenho uma ótima ideia! Podemos fotografar meus irmãos, no estúdio. Faz tempo que não fazemos um photo shoot nosso, poderíamos publicar depois, acho que as fãs gostariam de ter uma novidade nesse momento da banda.

- Mas Zac, você precisa fotografar também né? Como vai sair nas fotos? Se claro, a ideia é um photo shoot pra banda... Por mim não me importo, só pensei nisso.

- Isso não é problema, cuidamos da iluminação juntos, eu tiro fotos do Taylor e do Ike, você tira fotos minhas e da banda toda. Depois juntamos tudo e “voilà!”.

- Huuuum, ok pra mim. Quando podemos começar?

- Sexta-feira está bom pra você?

- Está ótimo.

Laura encontrou Cecília depois da aula e quase fez a amiga morrer do coração ao contar a ela a novidade, estúdio, Hanson, photo shoot e o mais importante, claro, precisaria da ajuda dela. O que significava... É, Cecília ia conhecer Taylor Hanson, chamem um médico, alguém vai ter um piripaque.

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Cecília acordou mais cedo do que de costume. A cama estava quentinha, mas o estômago reclamando de fome falou mais alto. Foi para a cozinha, abriu a geladeira. Resolveu-se por comer uma tigela de cereal com leite e tomar um café da manhã mais decente na rua com Laura.
Ainda faltavam duas horas pra saírem pra faculdade. Cecília ficou vagando pela casa. Ficou pensando na mãe. Será que ela estava bem? Quando se falavam pelo telefone, ela sempre soava feliz. Qual não seria a decepção dela ao descobrir que Cecília tinha ido pra Seattle a fim de estudar dança, e não fazer o tal curso de gastronomia que tinha dito a ela. Tarde demais. Cecília estava tão apaixonada pelo o que estava fazendo, seu coração estava tão tomado pela dança que ela nunca mais se imaginou fazendo outra coisa na vida. Cozinhar, agora, só por diversão, só para os amigos. Ela não queria mais isso pra vida dela. Ela queria dançar, e dançar e dançar...

Laura acordou e foi direto chamar Cecília para que se arrumassem pra ir a faculdade. Laura já sabia da novela que era acordar Cecília, toda manhã era a mesma coisa. Se surpreendeu ao não ver a amiga deitada em sua cama, e resolveu procurá-la pela casa. Encontrou-a sentada na janela da sala, olhando para a paisagem. Elas tinham uma vista super bonita de um parque. O tempo já estava mais quente do que quando elas tinham chego a Seattle. Afinal, já faziam quase dois meses que elas tinham chego. Já era o começo de abril, e as flores já se mostravam todas cheias de cores.

L - Mas já em pé? O que aconteceu com você essa noite? Teve pesadelos?
C - Sei lá o que aconteceu... não consegui dormir direito...
L - Já sei: tá ansiosa porque hoje é sexta-feira e você vai conhecer o Taylor Hanson, não é?
C - AAAAAAAAAI, pára! Eu nem tava lembrando disso! Mas agora eu lembrei, e AI, fiquei nervosa! Vai aparecer uma espinha GIGANTE na minha cara, você vai ver, e aí eu não vou poder ir conhecer o Taylor Hanson! Porque eu NÃO VOU!
L - Caaaaaaaaaalma... respiiiiiiiira... não vai acontecer nada disso. Não vai aparecer espinha gigante nenhuma, e você vai estar linda amanhã.
C - Olha, se não estivéssemos em tempos tão difíceis, eu diria pra irmos fazer compras depois da aula, maaaaaaaaas... sabe como é, né, temos contas pra pagar. Bem que sempre me disseram que ser adulto era chato.
L - Olha, nem me fale nesse assunto. Toda vez que eu penso em dinheiro, meu estômago revira e meu esôfago queima. Eu nem sei como vou fazer pra pagar o aluguel do mês que vem. - Laura coçou o pescoço. Era esse o sinal de que ela estava nervosa.
C - Caaaaaaaaaalma, pequeno polegar. Eu ainda tenho o aluguel pra mais 3 meses... depois disso é que a gente pode começar a vender nossas coisas... acho que seu notebook ia valer uma boa grana no EBay.
L - Ai, meus jogos... - e então Laura se lembrou da proposta de Zac. ISSO! Não esperava que isso fosse mesmo acontecer, mas resolveu que hoje que iria marcar essa disputa valendo grana... mas, e se ela perdesse? Aí tudo ia se lascar de vez.
Cecília continuou lá toda falante (aparentemente o “xoxismo” dela tinha passado assim que Laura pronunciou o nome ‘Taylor Hanson’) e a Laura ficou bolando estratégias de como iria trazer à tona o assunto do jogo com o Zac. Quanto mais ela pensava, mais a caixinha de idéias de seu cérebro se esvaziava. Droga. Ela sempre tava cheia de idéias, agora que ela precisava de umazinha só que fosse, QUEDÊ? Pode isso, produção?

Cecília percebeu a amiga pensativa, mas resolveu não mexer, as vezes Laura precisava de momentos a sós consigo mesma e então resolveu ir tomar seu banho para se arrumar logo.

Enquanto isso Laura foi adiantar sua bolsa com a câmera e todos os artefatos necessários para o ensaio fotográfico mais tarde, e em seguida foi ela mesma se arrumar.

Laura estava comendo qualquer coisa as pressas para saírem e não perderem o ônibus (Deus, pensa na tragédia!) quando o celular dela tocou. Já fazia tantos meses que não sabia o que era uma ligação em seu aparelho que ficou olhando para ele... O nome “Zac” aparecia na tela, e foi quando se lembrou que haviam trocado números para qualquer caso de emergência. Cecília teve de pegar o celular dela em cima do sofá, levar até ela e apertar o botão atender pra que Laura entendesse que devia responder a chamada.

- He, hello?

- Laura? Tudo bem? Eu liguei pra dizer que vou a faculdade de carro e como sei que vocês saem mais cedo queria saber se posso ir buscar vocês. Bom, se você não se importar, eu gostaria que fôssemos diretamente da faculdade para o estúdio e imagino que você não vá querer levar esse monte de coisas no ônibus.

Laura estava meio extasiada, ainda terminando de engolir o que tinha na boca pensou que seria mesmo uma gentileza, mas deveria aceitar?

- Zac, (conseguiu finalmente falar) não precisa se importar comigo – E então percebeu Cecília ávida tentando entender o que acontecia pelos olhos da amiga – Nós já inclusive estávamos de saída e eu sei bem me virar em ônibus, não precisa vir nos buscar.

Então Cecília fez diversos gestos de indignação e dizia aos cochichos para que Laura aceitasse logo... Quem não gostaria de trocar o balançar do ônibus e todo aquele falatório pelo carro de Zac Hanson?

- Não é incomodo, e nem é tão fora do caminho sua casa assim. Passo ai em meia hora. See ya! – E tu tu tu. Desligou sem nem esperar resposta.

Laura tinha uma expressão de espanto no rosto.

- E ai? Ele vem? Diz que sim, por favor!

- Vem, chega em meia hora. – Mais uma mordida no que quer que fosse que estivesse comendo.

- Huuuuum – Cecília fez aquele olhar de quem sugere algo de novo e sorriu de Laura que ruborizou na mesma hora.

- Cecy, para de graça... Ele só está fazendo isso porque precisamos fazer esse trabalho juntos ok? A única querendo romance aqui é você se vestindo toda linda assim para ir a faculdade hoje, coincidência?

- Claro que não, o dia pedia uma produção... Sol, nada de espinha na testa, carona, Taylor Hanson. O que mais eu posso querer?


Ambas caíram na risada, Laura gostava de ver a amiga animada, sobretudo porque se sentia contagiada também.

18 de nov. de 2013

Capítulo 9

No dia seguinte...

T - Nossa, Zac, já está acordado? Tá disposto pra aula hoje, hein... isso tem nome : MULHER BONITA NA SALA.
Z - Taylor. Não seja besta. Num tem mulher nenhuma. Tô realmente com vontade de levar esse curso a sério. Fotografia é uma paixão, e agora que eu tenho a oportunidade de fazer algo que eu realmente quero, me dedicarei ao máximo! Maaaas, já que você falou de mulher, tem uma me...
T - HAHAHA, SABIA! Vai, fala, zé! Quem é a escolhida?
Z - VELHO, como você viaja, Taylor! Pelamor! Como eu ia dizendo, tem uma menina na minha sala que tá fazendo dupla comigo, ela é brasileira, e ela tem uma amiga que é paradinha na sua!
T - E de onde ela me conhece? - Taylor olhou pra ele com aquele olhar que já o denunciava : o loiro estava tendo dificuldade de botar os neurônios pra funcionar.
Z - Dãr, meio óbvio não? Te conhece de SAVE ME!
T - Ah tá, então a menina é nossa fã?
Z - Fããã fã, num é. Ela apenas conhece SAVE ME, e acha você bonito. Aposto que ela não sabe mais nada de tão profundo além disso, e nem por toda a merda pela qual passamos.
T - Mas... e ela... é bonita?
Z - HAHAHA, agora é minha vez: SABIA! Tava demorando pra você me fazer essa pergunta. Sim, a Cecília é uma garota super bonita... ela faz bem teu tipo, sabe...
T - Cecília... sempre gostei desse nome... acho que gostaria de conhecê-la.
Z - Acha? Eu tenho CERTEZA! HAHAHA, pode deixar, eu vou arranjar pra você conhecê-la. Ela é meio doidinha, e gosta de falar pelos cotovelos... é Taylor, definitivamente, a Cecília é seu número!
T - Meu número... ? O que isso quer dizer?
Zac revirou os olhos.
Z - Nada Taylor, nada... a Cecília combina com você. Bom, deixa eu ir, senão me atraso. Mais tarde tou de volta, pra gente ir pro estúdio.

Taylor ficou na cozinha, tentando imaginar como era a Cecília. Que tamanho ela tinha, do que gostava de comer, o que fazia nas horas vagas... o mais engraçado era que, quando Taylor pensava no nome dela, a língua parecia adormecer. “Cecília” - ele experimentou falar em voz alta. O som do nome dela era agradável a seus ouvidos. Foi o suficiente pra deixá-lo ainda mais curioso.

E então pensou em Rachel, sua (ex?) namorada que tinha ficado em Tulsa. Ela não tinha o procurado desde o dia em que ele a comunicou de que  iria precisar se mudar pra Seattle temporariamente. Ele também não tinha mais a procurado. No começo pensou que talvez ela só precisasse de uns dias pra digerir tudo e ela iria ligar pra ele. Agora, passados quase dois meses, ele viu que isso não iria acontecer. De repente, sentiu uma vontade de ir até a faculdade de Zac. “Calmaê, Taylor! Se segura no foguete, rapaiz! Num pode ouvir falar de mulher que fica todo animado! Zac tem razão : eu preciso mudar isso, viu...” - Taylor riu sozinho. Tomou seu café, foi tomar um banho, e decidiu ir passear lá pelos outros lados do Lake Washington. Chamou um táxi e foi até o aeroporto, onde alugou um carro (já que o carro que tinham alugado ficava com Zac pelas manhãs) e voltou para Seattle. Atravessou o Lake Washington de ferry boat, e chegou em Bainbridge Island. A paisagem era realmente magnífica e Taylor, embora não fosse profissional como Zac, pegou sua câmera e ia fotografando tudo o que achava interessante. Se encantou tanto com as paisagens que viu, e se empolgou tanto que foi parar em La Push, uma prainha que dava de cara no Oceano Pacífico, e ficava a aproximadamente  três horas de Seattle. Na volta, foi ainda mais a norte,  passando por Port Angeles, onde descobriu que se podia pegar outro ferry boat e ir para o Canadá. Desceu, e pegou o ferry de volta pra Seattle em Edmonds. Chegou em casa já eram 7 horas da noite, e Zac e Isaac o esperavam, aflitos.
Z - Taylor! Por onde você andou? Já estávamos ligando pra polícia!
I - Estávamos vírgula, o Zac estava ligando! Eu num ia ligar pra ninguém! Ainda mais se tivesse que ligar pro pai e pra mãe em Tulsa, dando a notícia ruim.
T - Mané notícia ruim, Ike! Que papo é esse? Nossa, sério mesmo que vocês já estavam considerando a hipótese de eu estar morto?
I - Ué, nunca se sabe. A gente não conhece Seattle. Tulsa é uma roça, aí a gente vem pra cidade grande. Eu num sei andar por aqui, imaginei que você também não soubesse. Mas acho que me enganei. Por onde você andou, afinal?
T - Certamente você estava com razão, mas também um pouco enganado, Ike. Eu realmente não sei andar em Seattle, mas quem tem GPS tem tudo na vida, então eu fui indo, indo, indo... conheci todo o lado de lá do Lake Washington e ZAC, man, você tinha razão, não haveria lugar melhor para você fazer este curso. Tirei algumas fotos pra você ver. - Taylor pegou sua câmera e começou a mostrar para Zac, que foi ficando cada vez mais empolgado. Isaac apenas olhava os irmãos.
Resolveu ir para seu quarto, onde poderia botar as ideias no lugar. O fato é que ele estava se sentindo um inútil ali, sem nada para fazer. Sim, os planos deles eram de ir trabalhando de Seattle mesmo, mas Zac estava dando tanta atenção ao curso, e Taylor agora parecia que estava embarcando na onda dele, e eles estavam em estúdio cada vez menos tempo. E na verdade total das coisas, ele estava se sentindo meio sozinho.

Zac e Taylor o chamaram para ir jantar, mas ele não quis, preferiu ficar em casa. Preparou um sanduíche, comeu e foi dormir, com toda a solidão na cabeça... e no coração.

11 de nov. de 2013

Capítulo 8

No outro dia a mesma rotina, a não ser por Paige esperando Cecília no portão da faculdade... Laura gostava da garota, mas ainda assim não entendia como ela podia gostar tanto da Cecília em apenas 3 dias... Ok, a amizade de Cecília e Laura havia sido quase que instantânea, mas elas eram diferentes, eram amigas pra vida toda. Ok Laura, chega de pulgas atrás da orelha, era bom pensar que no máximo acabaria ganhando outra amiga para a vida.

Quando as aulas terminaram Laura estava visivelmente desconcertada, Zac nerd Hanson iria a sua casa, como gerenciar essa informação? Se aproximou de Cecília e Paige e o apresentou as duas.

- Zachary, Cecília e Paige... Cecília e Paige, Zachary.
- Hey, podem me chamar de Zac. É um prazer conhecê-las.
- Prazer Zac – disseram as duas.
- Vamos? – disse Laura já andando.
- Laura, meu carro está no estacionamento. Dou uma carona pra vocês.
Cecília e Laura entreolharam-se.
P - Então eu vou indo nessa que também tenho carona hoje, até amanhã meninas e Zac.
- Até. – Disseram juntos.


A viagem embora muito mais curta de carro, pareceu nunca ter fim para Laura. Cecília parecia se segurar para não encher o garoto de perguntas. O silêncio predominava quando Zac tentou puxar conversa com sucesso.
- Você também é brasileira Cecília?
- Sim, sou sim.
- Faz anos que não vou ao país de vocês...
- Gosta de lá?
- Bom, eu tenho uma banda...
- Hanson né?
- Isso, você é nossa fã? – Zac estava sorrindo
- Não exatamente, conheço uma ou duas músicas, mas sei quem vocês são. Aliás, seu irmão é um fofo.
- Hahaha, tá falando do Taylor né?
- E de quem mais? – Cecília ia abrindo a boca para enumerar qualidades no irmão do meio quando foi interrompida por Laura.
- Vocês estão desviando o assunto... Gosta do Brasil ou não Zac?
- Isso, o Brasil. Como eu ia dizendo, fomos ao Brasil há uns 4 anos... No ano da música da novela – Zac deu um risinho para Laura a relembrando de ter dito a ele sobre apenas conhecer Save Me, ela então retribuiu com vergonha – Me lembro de ter ficado espantado como as fãs brasileiras AMAM seus ídolos.
Cecília sentiu vergonha alheia, sabia exatamente do que ele estava falando, foi em alguns shows na vida e tinha visto coisas suficientes, desde garotas a ponto de um infarto a algumas bem ousadas com histórias de hotéis e carros.
- Machucaram você?
- Não, mas elas tentaram, hahaha.
E então finalmente a casa das garotas foi avistada, Zac estacionou o carro, desceram e entraram.

- Seja bem vindo a nossa humilde residência em Seattle, não repare na bagunça, se sinta em casa, se precisar de alguma coisa é só pedir. – Cecília toda simpatia você vê por aqui.
- Oooook, vamos a mesa, vou pegar meu notebook.
- Vou pedir algo pra gente comer tá? – Cecília solícita, tão amorosa essa garota.
Laura agradeceu e abriu o note, virando para Zac.
- Olha, eu pesquisei todo o trabalho, aqui está o resultado do que fiz ontem, dá uma olhada.
Ele desacreditou do que viu, não conseguia disfarçar o espanto.
- Mas Laura, você praticamente fez o trabalho todo sozinha. Eu fiz minhas pesquisas também, está tudo aqui no meu pen drive, achei que fossemos fazer o restante juntos.
- Você, PES-QUI-SOU? – Perguntou lentamente com total cara de espanto.
- Sim, ou você pensou que eu fosse qualquer tipo de folgado que não faria nada?
- Bom, é, não, quero dizer...
- Veja bem, não sei que tipo de julgamento fez de mim, mas estou nessa com tanta vontade quanto você. Estou nessa para aprender, não quero ficar de fora de nada. Fotografia é meu sonho também, um dos poucos que posso realizar, diga-se de passagem. Estou falando demais já, você nem precisava ouvir nada disso, mas com tantos compromissos desde criança, nunca tive muito tempo para me dedicar a outras coisas. Então quero fazer isso direito, ok?
- Nossa! Estou até com vergonha, sério!
- Vergonha?
- É, você está certo, fiz um pré julgamento de você... Me desculpe tá? Vamos começar de novo? Me dá seu pen drive aqui.
Zac nem sabia o que dizer mais, resolveu que seria melhor entregar o pen drive a ela e “começar de novo” como ela havia sugerido.
Laura se surpreendeu de verdade com o desempenho do garoto, ela realmente não esperava nada dele, mais uma lição aprendida, ou pelo menos assim esperamos.
Continuaram o trabalho a tarde toda fazendo apenas uma pausa para o lanche que Cecília trouxe. Ao fim da tarde estavam exaustos, porém, com tudo praticamente concluído, inacreditável como eram bons juntos.
Laura já ia levar Zac até a porta, mas antes fechou seu notebook e ele notou alguns adesivos familiares do lado de fora no computador dela, eram personagens de jogos de videogame.
- Você joga?
- O que? Ah, os adesivos... Se eu jogo? I´m the best!
- Duvido que seja melhor que eu.
- Tá de brincadeira? – Se levantaram e foram se encaminhando a saída.
- Ora ora, posso te mostrar a qualquer momento. Eu inclusive aposto, dinheiro se você quiser, que te derroto em qualquer jogo sem grande esforço. – deu um grito em direção ao quarto da Cecília que estava lá assistindo TV – Tchau Cecília, foi um prazer, obrigada por tudo.
- Imagina, o prazer foi meu. Manda um beijo pro Taylor – Os dois caíram na risada, mas Laura continuava com um olhar vago.
- Se acha tanto assim? Sério?
- Não me acho não, só estou expondo fatos.
- Expondo fatos, sei... veremos. Te desafio pra jogar qualquer dia desses.
- Ok, desafio aceito.
Laura riu, mas nem levou a sério essa história de desafio.

Se despediram com um cordial aperto de mãos, e Zac entrou em seu carro. Ao mesmo tempo, desce Cecília, toda esbaforida.
C - AAAAIIIIIIN, ME CONTA TUDO! Como foi?
L - Como foi o quê? Cecília, você tava bebendo lá no seu quarto, é?
C - Ah VÁ Laura, deixa de graça! Pode ir me contando, ficou a fim do gatinho? Coraçãozinho já tá batendo mais forte?
L - Alooooooooou, Cecília, ele estava aqui pra fazer um TRA-BA-LHO, e não pra gente ficar de paquerinha besta. Eu e o nerd Hanson... rá, até parece... - Laura foi pegando o notebook e indo pro seu quarto. - E trata de ir dormir cedo, mocinha, pois amanhã temos aula e, se perdermos o bus, já sabe...

Laura entrou no quarto e organizou suas coisas para a aula do dia seguinte. Ainda ficou na internet olhando mais algumas coisas antes de definitivamente se deitar pra dormir. Paquerou pela milésima vez aquela lente que ela tanto queria pra sua câmera... sabia que seria praticamente impossível de tê-la, a não ser que assaltasse algum banco. A lente custava mais do que o seu curso. Fechou o notebook, o colocou na mochila, e foi dormir.


Demorou um tempo até que ela pegasse no sono... ficou pensando no julgamento totalmente errôneo que tinha feito sobre Zac. Sentiu-se envergonhada novamente, e decidiu que não ia mais pré-julgar ninguém, pois essa tinha sido um verdadeiro tapa na sua cara. 

4 de nov. de 2013

Capítulo 7

Zac estava certo. Além de ter chego atrasado na aula, o sono o estava dominando. Lá na frente, o professor falava, falava e falava, e tudo o que ele ouvia era : blablabla você está com sono blablablablabla vira pro lado e dorme blablablablablablabla troca de lugar com a menina da carteira de trás blablablablablablablablabla preciso dormir preciso dormir preciso... dor... - e foi sentindo os seus olhos pesados, e... - “Caramba Zachary, acorda!” - ele mesmo se deu um tapa no rosto, tentando se manter acordado. Felizmente, ninguém percebeu, a não ser a garota de trás.

“Meu... esse cara é muito tapado. Sério. Hanson ou não Hanson, ele é MUITO tapado. Ele pede pra sofrer bullying... mas também, o coitado é homeschooled... ele nem deve saber o que é bullying!” - Laura resolveu parar de pensar nos problemas do “nerd Hanson” e se concentrar no que o professor dizia.

Prof. - Então, meus queridos alunos, agora chegou a hora que eu mais gosto, que ééééééé... - ele fez uma cena de suspense típica de professor que quer ser o engraçadão - apresentar a vocês o seu projeto bimestral!

Aparentemente, só o professor e uma garota nerd (que, obviamente, era mais nerd do que a Laura e o Zacarias Hanson juntos) estavam extasiados com a notícia. O resto da turma (que era composta por 20 pessoas, incluindo Laura, o nerd Hanson e a garota “mamãe tirei 10” lá da frente) demonstrava uma reação típica de quando se assiste filmes de terror : PÂNICO ESTAMPADO NAS FACES.

Prof. - E, pra não sermos injustos com ninguém, eu mesmo vou sortear as duplas!

“Pronto! Quer ver eu fazer dupla com o nerd Hanson? Ou pior ainda, com a menina lá da frente? Era tudo o que eu precisava... só que ao contrário!” - Laura já sentia o desespero tomando conta de sua pessoa.

O professor ia falando os nomes... nada de ele chamar o nome de Laura... ela já estava à beira do desespero. Aí o professor chamou o nome da garota animada, e ela gelou. “Deus, por favor, não! É tudo o que eu te peço! Não me deixe fazer o trabalho com essa menina!” - ela cruzou os dedos e torceu. “ Chama o Zacarias, chama o Zacarias, chama o Zacarias, por favooooooor!” - e o professor chamou... o nome da outra menina que tinha disponível. Pois é. Sobraram ela... e o Zacarias.

Prof. - E por último, mas não menos importante, Laura Azevedo (que você pode ler como “Lórua Azívêdjo”, pois foi como o professor disse) e Zachary W. Hanson.

A cara da Laura deveria estar assustadora.

Z - Olha, se você quiser, podemos tentar trocar de dupla... - Zac não sabia o que ele tinha feito pra menina estar com aquela cara de decepção. Será que tinha sido por causa do esbarrão do dia anterior? Ele sorria um sorrisinho bem murcho.

L - Não, num precisa... é só que... - Laura olhou pra cara do nerd Hanson. O coitadinho não precisava aprender o que era bullying a esta altura do campeonato. Resolveu ser a doce menina que sempre foi e dar uma chance ao Zacarias. - eu tava tentando adivinhar o que era o W do seu nome. - e aí ela pensou “Só me falta ser um W de WESLEY. Pior ainda, de WELLINGTON. Eu não vou aguentar, Deus, me ajuda, tomara que não seja isso!”

Zac riu. O melhor sorriso que ele tinha pra botar na cara. E aí a Laura reparou no sorriso dele. “WOW. O nerd Hanson tem um sorriso bem bonito pra um cara tapado... já sei, deve ser isso. É bonito de boca fechada. POR FAVOR NÃO ABRA A BOCA E DIGA QUE SEU W É DE WESLEY. OU DE WELLINGTON!”

Z - Meu W vem de Walker. Esse é meu nome. Zachary Walker Hanson.

Laura suspirou aliviada. Não era Wesley. nem Wellington. Era só Walker. Aí ela se lembrou que precisava tirar uma dúvida. Por mais que a Cecília tivesse provado a ela por A + B que aquele Zacarias era o Zac Hanson que cantava Save Me, ela queria ouvir da boca dele. Ela precisava ouvir.
L - Zachary Walker Hanson... Hanson... pera, seu apelido é Zac?

Zac tinha sido descoberto.

Z - Sim.

L - Então você é mesmo o Zac Hanson? Que canta Save Me?

Ele riu. Quanta sutileza!

Z - Na verdade quem canta é o Taylor. Mas sim, eu sou o Zac Hanson, do Hanson.

L - Ahhhh tá. Sabe, essa música é bonita, mas meio que me tirou do sério. Tinha uma época que essa música tocava numa novela lá no Brasil, e TODO LUGAR QUE EU IA tava tocando essa bendita música. Tinha horas que eu tinha vontade de dar um tiro no rádio. Sério. Desculpa. A música é bonita, mas... encheu o saco. Desculpa. - Laura viu que estava falando demais. Já era hora de calar a boca.

Zac tava se divertindo com tudo aquilo. Tentava ver através dos óculos enormes, se aquilo tudo que ela tinha dito era verdade, ou se ela tava só disfarçando. “Bom, acho que temos chance de ser bons amigos... gostei dessa garota!”

A sala era só algazarra, todos conversando com suas duplas até que o professor irrompeu num grito.

- Pessoaaaaaal. Por favor, atenção. O nosso tempo é curto e, portanto, teremos um trabalho de pesquisa para que vocês já façam em dupla, o prazo para entrega é semana que vem. – Todos apavorados, menos... ah, vocês já sabem quem.

Cecília saiu de sua sala procurando Laura, quando a encontrou ficou boquiaberta,  percebeu que ela conversava com o garoto da trombada, o irmão dos seus sonhos de adolescente, o Zac Hanson... Quase deu um grito, mas conseguiu se conter e preferiu observar de longe.
Alguns minutos depois a amiga veio em sua direção.
Quando os olhares das duas se cruzaram Cecília estava com cara de que sugere algo e Laura ficou com as duas bochechas vermelhas na mesma hora.
- Quer dizer que você não foi com a cara do Zacarias? Sei.
- Ei ei ei, você nem sabe da história... Continuo não indo com a cara dele e pensa comigo Cecy – as duas começaram a andar a caminho do ponto de ônibus – O garoto é um cantor, independente, tem dinheiro de sobra. Você sinceramente acha que um garoto desses vai levar um curso de fotografia a sério? Faz-me rir... Ele não faz ideia do que é ter um sonho na vida e se matar num emprego que você odeia pra juntar dinheiro e enfrentar seus pais pra conseguir realizá-lo. Daí você deve estar pensando, essa Laura é louca, começa a falar e falar sem motivo algum. Infelizmente você está enganada querida amiga... Eu estou ferrada da vida, pense que por infortúnio da vida viro dupla dessa criatura. UAU, eu não consigo ser pouco azarada, meio azarada, tenho que ser muito. TODOS os trabalhos, até o fim do curso, teremos que fazer juntos. Pensa!
- Meu Deus! Laura Maria, tá falando sério? Você vai ter que prometer que vai precisar da minha ajuda em todos os seus trabalhos, PRINCIPALMENTE nos que você fizer na casa deles. – Cecília ficou tão eufórica que Laura deu um sacolejo nela.
- Você ouviu uma palavra do que eu disse? Dá pra pelo menos fingir que se importa?
- Quando será o primeiro trabalho? – Cecília fingia estar em transe apenas para irritá-la.
- Ah, desisto! – Dizendo isso percebeu o ônibus chegar e entraram.

No caminho Laura explicou que no outro dia após o curso começariam o trabalho de pesquisa e para loucura de Cecília, seria na casa delas, embora o Taylor nem fosse dar as caras, obviamente.
- Ele não pode vir hoje porque disse que tem ensaio com os irmãos, olha lá a banda entrando em primeiro lugar. Não consigo lidar com isso!
- Vou conhecer meu futuro cunhado, que emoção.
- Hahaha, você não existe.


Laura com toda sua descrença em Zac começou a fazer pesquisas no mesmo dia, foi encontrando muita coisa na internet, inclusive achou um livro a venda no Amazon.com que desejou para si, mas quando viu o preço desistiu... era melhor gastar apenas com o necessário até encontrar um emprego.