18 de set. de 2013

Capítulo 1

I – Pronto, agora deu! Ô Zac, quem foi que enfiou essa ideia na tua cabeça?
Z – Ninguém enfiou nada na minha cabeça, Ike! Só quero fazer, e pronto! É tão difícil entender que eu tenho uma vontade própria fora da banda? – nervoso. Ele tava nervoso. Tanto que tava com as baquetas na mão, batucando as almofadas do sofá do estúdio.
T – Bom, Zac, eu... sei lá. Acho que concordo com o Ike. COMASSIM você quer parar tudo agora pra fazer curso de fotografia? FOTOGRAFIA?
I – E em SEATTLE, ainda por cima! Ninguém te informou que lá SÓ CHOVE, tipo, 365 DIAS NO ANO?
Z – E ninguém te ensinou que é um lugar LINDO, com paisagens fantásticas e um lugar IDEAL pra um estudante de fotografia?
T – Mas Zac... você não pode ir agora... I mean... não podemos ficar longe um do outro agora! Toda essa pressão de sairmos da gravadora, e talz... temos que ficar juntos! Terminar esse CD juntos! Lançar essa merda juntos!
Z – Por isso que eu tou pedindo TÃO encarecidamente pra vocês irem comigo! Taylor, quando você veio com essa ideia de sairmos da gravadora e lançar essa coisa sozinhos, eu te apoiei, eu fiquei do seu lado, mesmo quando o Ike vinha com todo o sermão da montanha de que não ia dar certo e todos os bla bla bla do universo. Ike, quando você quis fazer o tal do curso de bartender, o que nos obrigou a ficar 3 meses se encontrando aqui de madrugada, eu também te apoiei! POR QUÊ RAIOS VOCÊS NÃO PODEM ME APOIAR AGORA?
I – Porquê agora a gente vai ter que se locomover FISICAMENTE! Enfia na cabeça!
T – Ike... acho que devíamos dar um voto de confiança ao Zac. Sei lá, de todos nós, ele é o que menos opina, o que sempre apoia todo mundo... acho que meio que devemos isso a ele.
Z – Obrigada, Tay. Ainda bem que você tá do meu lado. Pelo menos alguém nesse mundo me apoia!
O Taylor entendia. Zac andava muito estressado com esse papo todo de sair-da-gravadora-e-lançarmos-nosso-cd-por-conta-própria e precisava desestressar. “Mas tinha que ser logo em Seattle? Poxa, Zac, você também força a amizade, viu...”

L – Mané força a amizade, Cecy! Seattle é um dos melhores lugares DO MUNDO pra se estudar fotografia! Olha essa paisagem! OLHA AQUI! – Laura praticamente enfiou a cara da amiga no monitor.
C – MEU, o que é que eu vou fazer em Seattle? Sério?
L – Você vai fazer dança, oras! Lembra que você sempre quis fazer isso, mas foi fazer gastronomia? Aaaah Cecy, lembra do nosso trato, vai!
E então a Cecília botou a mão na testa, como que se fazendo um esforço pra lembrar. Aí ela lembrou. Que elas tinham um trato de ficarem sempre juntas.
C – Tá. Okay. Vamos pra Seattle...
L – Eu já te disse que você é a melhor amiga do mundo? Se eu não disse, digo agora: Você é a melhor amiga do mundo! – Laura foi até a amiga,e  praticamente a esmagou.
C – Se você me matar de falta de ar, vai ter que ir sozinha! – riu, e se soltou do abraço. O sorriso estampado na cara da amiga dizia tudo : ela estava feliz. E o que mais ela poderia querer, além de ver a amiga tão feliz assim?
Cecília era assim mesmo. Do alto de seus 1,58 E MEIO (como ela sempre insistia em dizer), estava sempre disposta a fazer tudo pelo bem estar e felicidade dos amigos queridos. Dona de um coração do tamanho do Brasil, e de dois olhos azuis do tamanho do mundo, que estavam sempre procurando novidade. Estava sempre cercada pelos amigos, mas tinha MUITA dificuldade de confiar nas pessoas. A única pessoa que sabia mesmo o que sempre se passava com ela era Laura.  Tinha feito gastronomia para agradar a mãe, que sonhava em ver a filha dona de seu próprio restaurante mas, embora ela gostasse muito de cozinhar e tivesse muito talento pra isso (palavras da mãe, da Laura, da irmã mais nova, dos amigos...), a dança era sua verdadeira paixão. Dona de uma voz encantadora, gostava de cantar também. Mas se a perguntassem se preferia um microfone ou uma sapatilha, ela ficaria com a segunda opção. Adorava ler um bom livro, tinha uma coleção interminável de esmaltes, apaixonada por maquiagem e perfumes. Essa era a Cecília, toda perua.

Laura já fazia  mais a linha “despreocupada com a vida”. Seus 1,68 a ajudavam a ficar com a cabeça mais perto das nuvens.
Ela adorava conhecer gente nova, mesmo sendo um pouco tímida pra puxar assunto com quem não conhecia. Os olhos castanhos estavam sempre escondidos atrás dos óculos de armação enormes, tinha lentes de contato para o que chamava de “ocasiões especiais”, fora isso, estavam sempre dentro da gaveta do banheiro.
Quando não estava trabalhando no banco, ficava em casa assistindo séries, jogando videogame, ou lendo. Sua grande paixão era a fotografia. Queria muito ser fotógrafa e viver disso pro resto da vida. Entrou no banco, por acaso (indicação de uma amiga da mãe) e apenas aceitou a vaga pra juntar o dinheiro que precisava pra fazer sua viagem e ir estudar em Seattle, uma vez que os pais não levavam muito a sério a ideia de sua paixão se tornar sua profissão. Laura tinha um olhar marcante e um jeito de andar decidido que às vezes causava má impressão a primeira vista, os garotos que não a conheciam tinham medo de conversar com ela, grande bobagem, é o que ela dizia.
A garota só precisava de um bom papo para mostrar quem realmente era e quebrar essas barreiras, mostrar que na verdade era apenas alguém aprendendo a lidar consigo mesma.

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